"Então, eu vi as cores do mundo" Guimarães, o Rosa.

sábado, outubro 27, 2007

meudeusdoceu um ano...

sexta-feira, outubro 27, 2006

Perdi setembro, não guardei o começo da primavera, pelo menos aqui não...
Então é hora de aproveitar outubro enquanto é tempo. Salvar o dia 27, porque ele me é muito especial....

Muitas coisas sobre o que escrever ... principalmente começar a escrever no caderno mais-lindo-do-mundo que ganhei da Neo. Afinal tenho que começar a guardar meus pensamentos para a posteridade (acho que todo mundo que escreve um diário ou blog tem um pouquinho disso em mente).

Tema de hoje: Filmes*

*Vou contar o final de alguns filmes (Gia e Assunto de meninas), não me xingue, estou avisando antecipadamente.

Especialmente um tipo de filme, de temática gay ou lésbica.
Quando estava sentindo algumas coisas diferentes por uma colega de classe, tive a oportunidade de assistir "Gia" uaw, algumas cenas foram úteis para a minha pesquisa, infelizmente não lembro muito do filme, lembro o final : a mocinha morre, de AIDS.
Depois, quando já estava entendendo um pouco melhor as 'coisas diferentes' que sentia, minha irmã me convidou (ou eu a convidei) para assistir "Assunto de meninas", o filme marcou bastante, quando estava tentando entender minha sexualidade qualquer de informação ajudava, esse foi especial porque me ajudou a me sentir mais à vontade para falar com minha irmã. Porém é mais um filme de final triste, bem triste, um suicídio...
Ah vou parar com este assunto, você já deve estar deprimindo.
Me dê mais uma chance.
Vou te contar um conto de fadas, mas não um conto de fadas qualquer, este é sobre duas garotas.












Será que pode haver finais felizes para os homossexuais?
Claro que pode!
Se quiser conferir assista a este filme:

Uma superdica que recebi e repasso.
Uma comédia romântica lésbica, com sotaque britânico e excelente trilha sonora. Uma das cenas que mais gostei é a do super-mercado, divertidíssimo.

sexta-feira, agosto 04, 2006

The Big One

Estávamos voltando da natação, eu dirigindo no centro de Campinas vejo um pessoal trabalhando em meio ao trânsito, como sou uma motorista narradora (gosto de comentar as barbaridades do trânsito, as minhas raras (rs) barberagens etc, sister não curte muito, mas...) comentei com minha irmã:

- Nossa, deve ser horrível descarregar aqui no centro.

- Sim! Aliás, é horrível carregar e descarregar em qualquer lugar.

- Ah, é verdade, eu sei o quanto é difícil carregar e descarregar.
Texto auto-explicativo
Fiz esse comentário porque aos 16 anos consegui um emprego em uma cestaria (loja que vende cestos), assim tinha que descarregar a perua e carregar o carro das madamas.


Enquanto ainda falava, meu ex-chefe, o dono da cestaria, cruzou na frente do carro.

Dei um grito e não acreditei na coincidência.
Porque saí desse emprego aos 18 anos, assim fazendo as contas 23 - 18, ops ops (ai ai, essa matemática que me confunde) vou tentar de novo 26 - 18 = 8 anos (acho que agora deu certo).

Há oito anos não o via e foi só fazer um comentário para ele pular na frente do carro.

Como disse minha irmã:

- Isso tem que significar alguma coisa.

Não sei exatamente o que é, talvez qualquer dia desses eu descubra, mas esta está entre as maiores coincidências que já vivenciei.

segunda-feira, julho 24, 2006

trilha sonora

Moço hoje eu vou querer a comida mais esquisita a que menos se pareça comigo.
Tô me sentindo meio janta hoje
Tô me sentindo meio arroz com feijão

terça-feira, junho 13, 2006

Diálogos

No outro dia a moça da limpeza veio aqui na sala e começou a conversar comigo.
Ela contou de um acidente que teve em outra sala, que havia esbarrado no fio do telefone e levado bronca. Pedi que ela não limpasse as três mesas que eu estava usando, pois estava organizando meus trabalhos e havia papel por toda a parte. Ela limpou e ficou tagarelando a respeito da foto sobre a minha mesa.
Na hora que saiu ela disse:

- Eu nunca falo né? Hoje eu falei.

Pois é, respondi rindo.

Hoje ela entra na sala e diz:

-Alguma bijeção sobre a limpeza das mesas?

segunda-feira, junho 05, 2006

Ele sabe

Ele sempre foi o irmão preferido, aquele que gosto de ficar não porque é família, mas porque é o amigo que conta ótimas histórias e as piadas boas, porque ele torce para o Guarani e também comemora quando o São Paulo é campeão (o Guarani é o time do interior, o do coração, aquele que nunca ganha), é ele que chora feito um menino grande quando está emocionado, gosto dele porque podemos discutir sobre tudo e também porque às vezes ele não é politicamente correto.
Ele dá uns conselhos e pede outros, quer emagrecer e sempre está disposto a tomar uma cerveja ou a assar uma carninha. E além de tudo isso, ele é pai da minha sobrinha e do menino mais lindo do mundotodo.
Ele é o irmão que ia para o bar na "escuridão da noite, iluminado apenas pela lua cheia" porque as mimadas e relapsas irmãzinhas dele tinham perdido as chupetas e choravam choravam choravam até que alguém as encontrasse (ou comprasse novas).
Era ele que estava lá, chorando de felicidade quando, depois de duas reprovações (isso fica entre a gente, rs), eu finalmente passei na prova de motorista.
Não temos apenas afinidades, ele tem uns gostos musicais estranhos e sempre somos obrigadas a ouvir alguma moda de viola ou rap que ele acha bonito, "mas tem que prestar atenção" senão ele fica bravo.
Ele é o pai que me incentiva quando meu pai diz que eu devo desistir.
Sempre temi que ele não aceitasse minha sexualidade, que talvez por querer proteger seus filhos os afastasse de mim, e apesar do temor queria contar que estava apaixonada e que finalmente encontrara o grande amor da minha vida, que a amava e estou muito feliz, queria dizer tudo isso pois como diz a Milly Lacombe essa é a minha verdade . Não contei, é difícil esconder as coisas que sentimos, porém é complicado contar e arcar com as conseqüências nem sempre desejadas.
Dia desses fui ao seu trabalho levar uns salgados e um CD do Teodoro e Sampaio de presente. O encontrei preocupado, logo pediu meu conselho sobre um negócio que ia fazer, dei a minha opinião e ela discordava da dele, estavámos conversando e ficamos sozinhos sentados frente a frente.
Ele parou o que estava falando, olhou com carinho e me disse:

- Já que estamos conversando assim, de irmão pra irmão, eu tenho que te falar uma coisa.

Gelei... fiquei branca, meu coração acelerou e sim, nós dois sabíamos do que ele estava falando.

- Acho que sei o que você quer me dizer, mas tem certeza que quer falar disso, aqui... agora?

Ele apenas disse:

- Eu sei Dani, sei faz tempo, e eu te amo assim, e estou aqui pra te dar apoio.

Começamos a chorar os dois ali abraçados, ele fez questão de me falar que estava chorando não por estar triste, mas porque ele chora (o choro, como diz minha médica das gotinhas, é ótimo, se não resolve pelo menos simplifica as coisas, a gente fica desarmado quando chora feito criança pedindo colo).
E foi assim, simples desse jeito, que aconteceu, a Dani não estava e fez falta, se o roteiro da vida fosse coerente e justo, se a vida tivesse que ter verossimilhança: ela estaria.
A vida nos surpreende e dessa vez a surpresa foi muito boa.
Ele sabe, ele sempre soube... (quem sabe tenha descoberto no dia em que me pegou no colo) que me ama e que sempre vai me amar.

quinta-feira, junho 01, 2006

Na parede, os poemas.

Hoje depois do café e de alongar um pouco, porque meu pulso doía, sentei aqui na frente do micro e vi meu horóscopo, ele disse que devo pagar minhas dívidas com urgência.
É impressionante como sempre a gente fica devendo, não sei você, mas eu fico. Ontem fui cobrada e com toda razão. Espero não ficar devendo mais, porque nesse caso não faz sentido nenhum.
Aqui no trabalho tenho mil coisas (que estão se multiplicando) a fazer e parece que nunca vou conseguir terminar.
Logo vou ter que tirar os poemas da parede, esvaziar as gavetas e ir embora de sorriso aberto, peito um tanto ansioso, com uma vontade imensa que tudo dê certo e as pernas prontas para correr... ir atrás dos meus sonhos.



Porque como diz o recorte de jornal que você vê aí na parede, "... pela liberdade, ... se pode e se deve arriscar a vida". Tenho uma parte louca, é ótimo ser louca e precioso ter quem compartilhe a loucura e principalmente me apóie, e diga com apenas um olhar: vai dar tudo certo.

Se num dias desses, a Dani de 17 anos, toda adolescente e impertinente, bater à minha porta pra perguntar o que eu fiz com os nossos sonhos. Vou poder encará-la e dizer:

- Calma Dani, eu estou correndo atrás deles, já inventei alguns novos, mas não me esqueci. Fique tranqüila (eufemismo de não fique brava) e sorria mais menina, você fica mais bonita quando ri.

Mude!

terça-feira, maio 16, 2006

O sorriso da Anaconda

Domingo em família, domingo especial dia das mães.

Depois da macarronada com frango frito, família sentada na sala, ora conversando empolgada ora dando uma olhadinha na TV.
Programa sobre vulcões na Costa Rica, uma senhora que morava ao pé de um deles diz que não sente medo pois acidentes acontecem em qualquer lugar, e a gente acha graça do otimismo dela.

Mãmis diz:

- Ah, eu teria medo de morar naquelas casas que o pessoal constrói nos rios.

- Palafitas mãe.

- Isso mesmo! Já pensou você estar dormindo e aparecer uma GIONCONDA.

Primeiro morremos de rir, depois dissemos: - É ANACONDA mãe.

Ela ficou meio sem graça e depois morreu de rir junto com a gente.

Mais tarde, depois da pipoca com café-com-leite (sim a gente come o domingo inteiro), chega minha cunhada que não estava antes na sala.

(rindo) – Ai S. as meninas morreram de rir de mim quase agora.

- Por que?

- Eu fui falar daquelas pessoas que moram naquelas casas TELAFITAS....

Sim, ela foi interrompida por nossas gargalhadas.

Podem dizer mãe é tudo igual, mas sem dúvida, a minha é a mais fofa e engraçada.

quinta-feira, abril 06, 2006

Diário de uma demitente.

Parte II : O amigo

Hoje fui lá falar com o “Sr O” sobre a minha saída, tive que pedir segredo de Estado, quis avisá-lo de antemão para que nossa despedida não fosse aos atropelos, porque uma coisa desse tipo nunca daria certo para nós dois. Eu sou, apesar dos momentos de fúria, muito calma e ele é a paz. Nossa conversa é feita de muitos silêncios, geralmente falo pouco, sei que ele tem muita coisa para me ensinar (agora isso parece mais urgente), algumas vezes ganho um passe, ou como ele diz, nós equilibramos nossa energia. Temos que agradecer quando essas pessoas cruzam nosso caminho, ele é espírita e por isso diz que ainda vamos nos encontrar, tomara.

Ele disse estar preocupado comigo, preocupado por pensar que não conseguiu incutir em mim a necessidade de olhar com mais atenção o lado espiritual da vida. Disse que não posso me esquecer disso, que tenho que usar um pouco do meu tempo, nem que seja para ler alguma coisa apenas por curiosidade. Apenas acenei com a cabeça, sei que ele está certo, isso faz falta, sempre faz falta.

Estava aqui tentando controlar a distração (tenho feito muitas cacas por causa dela), é...não consegui, rs, achei melhor fazer algo útil com esse tempo e vim postar (útil pra mim, não pra empresa), ia começar dizendo que estávamos falando sobre demissão e direitos trabalhistas e de repente o assunto já era o julgamento de Sócrates, risos, adoro conversar com ele.

Isso com certeza vai fazer falta.

segunda-feira, abril 03, 2006

Semana passada foi a primeira vez que ouvi Astor Piazzola tocando Otoño Porteño, e logo percebi o quanto estava com saudade, sim da música e dele tocando, uma saudade imensa. E doeu o peito e uma tristeza (das boas) que logo foi embora, pois quando a música se abre é como estar em uma alameda forrada de folhas, com vento frio batendo no rosto num desses fins de tarde.

sexta-feira, março 31, 2006

Diário de uma demitente.

Parte I

Agora é oficial, falei com a chefe que vou-me embora (pra Pasárgada).
Achei que seria mais fácil, nunca é simples fechar os ciclos, mas uma hora é preciso fazê-lo.
Ainda bem que a pequena chantagem inevitável: sua irresponsável, como você pode fazer isso comigo, só rolou no final e em tom de brincadeira, aiai.

segunda-feira, março 27, 2006

Apesar do que diz nossa destituição, ops, constituição. Vivemos no Brasil, onde, como diria o menino Lucas Silva e Silva, tudo pode acontecer.

Terra estrangeira
Demétrio Magnóli

quinta-feira, março 23, 2006

Você tem um claro destino de felicidade, ninguém pode impedir isso. Estamos aqui para dar uma mãozinha (uns soquinhos e umas palmadas em quem tentar atrapalhar, rs ) para ele sempre que for preciso.

sexta-feira, março 17, 2006

Na sala da minha chefe:

- Quer Coca Dani?

- Não, Obrigada. Estou gripada, e tomar gelado não faz bem. Isso que nossas avós e mães sempre disseram já foi até comprovado por uma pesquisa científica. (infelizmente não encontrei o link)

- Não sei não, às vezes eu estou com gripe e um sorvetinho faz bem.

Não respondi mais nada porque a ciência estava do meu lado.


Hora do almoço:

Um colega: - Já que é sexta-feira vamos tomar uma Original.

Meu copo foi devidamente preenchido, estava saboriando o almoço e a cerveja geladíssima quando a chefe diz:

- E agora qual a sua moral pra falar sobre pesquisa científica de gripe e gelado.

Tive que cair na gargalhada, mas não deixei barato. Saquei da memória outra pesquisa que a Neo me enviou e arrebatei que está comprovado que a cerveja é um excelente antiinflamatório (mas não é só isso) e é também um tranquilizante para quem bebe. A mesa toda riu e estavámos prontos para mais meio expediente, graças aos efeitos reanimadores de uma boa cerveja.




De volta à natação:



1ª aula: 22 piscinas
2ª aula: 24 piscinas
3ª aula: 27 piscinas
4ª aula: 33 piscinas

Percebam que meu progresso é visível pelos números, entretanto, terei que fazer um agradecimento ao meu professor substituto pelo incentivo na última aula.
Ele colocou DANIEL para tocar, assim eu passei a aula inteira com a cabeça embaixo da água, pois mal conseguia ficar três segundos respirando e ouvindo aquilo.

Se na próxima aula ele botar Chitãzinho e Xororó, acho que conseguirei nadar 40 piscinas.

terça-feira, março 14, 2006

Alguém esteve vadiando na net hoje à tarde, tsc tsc tsc.


YELLOW



You are very perceptive and smart. You are clear and to the point and have a great sense of humor. You are always learning and searching for understanding.




Find out your color at Quiz Me!


segunda-feira, março 13, 2006

Olá, Dani; Sinto que transformações de peso estão ocorrendo com você, obrigando-a a ser mais reflexiva e recolhida. Aproveite este final de semana para descobrir-se e sentir-se mais você mesma.
Um abraço.
O.

Esse e-mail me esperava hoje cedo, o li com surpresa porque é raro receber um e-mail com conteúdo pessoal na minha caixa do trabalho, mas de tempos em tempos o Sr. O. me faz uma surpresa, respondi apenas:

Olá,
O senhor é uma pessoa muito observadora, realmente acho que a busca por mim mesma anda intensa nestes últimos tempos.
um abraço,
Dani

Sem ter mais o que dizer, sem encontrar palavras que digam a ele que transformações gigantescas já aconteceram comigo, sou e não sou mais a menina de 18 anos que ele conheceu, sou porque é impossível nos desvencilharmos de nós, não sou porque às vezes tenho a sensação de que me perdi, às vezes duvido do que seja capaz, por vezes não permito que ninguém me acompanhe, resta o silêncio, matéria-prima da solidão.

quarta-feira, março 08, 2006

Limpei as gavetas, aqui no trabalho, queria postar alguma coisa lá no blog antigo (que acaba de virar antigo agora), mas simplesmente não consigo acessá-lo.
Aí resolvi inaugurar aqui, porque já é tempo desse canto acordar.
Vou te despertar com poesia

AZUL SOBRE AMARELO, MARAVILHA E ROXO

Desejo, como quem sente fome ou sede,
um caminho de areia margeado de boninas,
onde só cabem a bicicleta e seu dono.
Desejo, como uma funda saudade
de homem ficado órfão pequenino,
um regaço e o acalanto, a amorosa tenaz de uns dedos
para um forte carinho em minha nuca.
Brotam os matinhos depois da chuva,
brotam os desejos do corpo. (...)

Adélia Prado